Racional ou Selvagem: o grande conflito da humanidade

Kamilla Ribeiro Araujo
1º Ano do Ensino Médio

               Através da análise do romance Ensaio sobre a cegueira do escritor português José Saramago é possível perceber uma sociedade decadente. Essa é a verdade que vem abatendo aos poucos e alastrando-se sobre toda a civilização. O indivíduo está expondo cada vez mais o seu lado animal, tornando-se medíocre, egoísta e cego; capaz de passar por cima de todos os conceitos da moralidade ética.

                O ser humano vive em um mundo completamente dependente da visão, isto é, tudo é representado pela imagem. Mas a questão é: que imagem é essa? A resposta é simples. Uma camuflagem. Tudo não passa de uma mera visão distorcida na qual o homem é distraído pela luxúria e a ambição -  impedindo a si próprio de perceber o verdadeiro caos que se abate sobre toda a civilização. O moral humano é a interpretação de fenômenos cotidianos, pois a cegueira tratada no romance se torna uma metáfora que camufla e gera uma  interpretação falsa. Em um emaranhado de questões morais, religiosas, sociais, políticas e pessoais, uma verdadeira guerra de conceitos e crenças foi implantada no subconsciente do indivíduo em que tudo se resume na distinção entre o real e imaginário.

               Poucos são os sábios e bons que conseguem ver a real destruição da humanidade, em que “O Fim do Mundo” não se trata de terremotos, a fúria marítima ou o céu caindo sobre nossas cabeças, e sim o homem em guerra contra si próprio, sendo o lado animal o único que irá prevalecer. O mundo então, aproxima-se cada vez mais de um verdadeiro caos e de uma total selvageria da espécie humana.

                Ainda assim, o homem é um ser racional, e que apesar de diversas contradições, possui um verdadeiro dom para ver o mundo com olhos diferentes, sendo capaz de revolucionar ideais, combater guerras e apenas ser bom. Cada pessoa é capaz de extinguir seu lado animal, e camuflagens, distorções ou luxúrias, seriam obstáculos a serem enfrentados e vencidos, valorizando o que  é concebido cada dia ao acordar: a vida.